13 de Maio de 2003  
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2003-05-13 00:00:00

ROBÔS AUTÓNOMOS DANÇAM E JOGAM
Robôs que circulam numa pista semelhante a uma estrada sinuosa, que dançam em movimentos sincronizados com a música e que jogam futebol, interagindo de forma autónoma e sem qualquer interferência humana nem uso de telecomando não é ficção científica.
Paulo Espadanal
DVDVD
Estudantes revelam talentos
Já é do domínio da realidade e a comprová-lo estiveram centenas de jovens de todo o País, estudantes do ensino básico ao universitário, que deslumbraram os presentes com as suas máquinas de “inteligência artificial” na 3ª edição do Festival Nacional de Robótica, que decorreu no passado fim-de--semana no Centro de Congressos de Lisboa, na Junqueira.

Esta edição contou com uma participação recorde de 92 equipas em prova, com um total de 400 jovens participantes oriundos do ensino básico, secundário e universitário.

Os responsáveis pela iniciativa crêem que, através do lado lúdico e de entretenimento, esta é uma excelente forma de motivar e atrair os jovens estudantes para a ciência, porque “se regista um défice de especialistas nesta área”, refere ao CM Luís Custódio, professor do Departamento de Engenharia Electrotécnica e Computadores do Instituto Superior Técnico (IST), em Lisboa.

JOGADORES HUMANÓIDES

O entusiasmo na participação no evento leva os organizadores a pensar no Campeonato Mundial de Futebol Robótico (RoboCup) que Portugal tem a honra de organizar em 2004.

Mas não só. O trabalho de investigação feito pelos cientistas desta área, engenheiros mecânicos, engenheiros electrotécnicos e engenheiros de informática, não só portugueses mas também estrangeiros, leva-os a ambicionar um projecto que, actualmente, pode ser considerado um panorama ficcionado: ter, em 2050, uma equipa robótica apta a competir com a melhor selecção mundial de futebol. Humana, entenda-se.

“Este projecto não é tão do domínio da ficção científica como isso, basta lembrar que apenas há 30 anos era impensável ter um computador a disputar um torneio de xadrez com um dos melhores jogadores do mundo e vemos o que aconteceu”, adianta Luís Custódio.

O docente referia-se à lenda do xadrez, o russo Garry Kasparov, que sentiu o gosto da derrota quando, em 1997, disputou um torneio com um supercomputador da IBM, o “Deep Junior”.

Refeito da humilhante desvantagem, Kaparov submeteu-se este ano a mais uma prova com o “software”. Ao fim de 19 lances do quinto jogo, a máquina “obriga-o” a um empate.

Este lado de competição esteve patente neste festival organizado pelo IST e que serve de ensaio para o RoboCup 2004, de 29 de Junho a 5 de Julho desse ano.

DANÇAS SINCRONIZADAS

No “palco” da Dança Júnior desfilam dançarinos, não estranhos, mas computorizados travestidos com fatiotas apropriadas à ocasião. Revelam aptidões quase humanas e a assistência delira com o desempenho de praticamente todos eles, mesmo daqueles, poucos, que ficaram sem bateria e a exibição morreu em cena.

Ao som do tango argentino, duas lagartas de cor amarela dançam de forma sincronizada e bem ritmada. Patas para a frente, patas para trás, cabeça à direita, depois à esquerda, no final levantam as patas e assistência delira. Alguém comenta “não há palavras”.

Segue-se uma “batida” tecno e o robô rodopia de um lado para o outro de forma compassada. Seguem-se as “frangas” com a dança dos “passarinhos” com o “rabinho a dar a dar”. Não defraudaram expectativas. O mesmo já não podem dizer os jovens com os ET Ratos, em que um dos quatro “roedores” mecânicos optou por não dançar o “Aserejé”, das “Las Ketchup”, que pôs as miúdas da plateia em coreografia sobejamente conhecida.

Mas não só, um outro robô dançou ao som do agente secreto 007, James Bond, e uma “bailarina” minhota, saia preta rodada, rodopia de braços metálicos no ar a fazer inveja a muitas dançarinas de carne e osso.

Estas foram apenas algumas das várias “estrelas” robóticas que desfilaram no palco da Dança Júnior e que atraiu a participação das raparigas ao evento, maioritariamente participado por indivíduos do sexo masculino. Aliás, esta prova de dança foi a solução encontrada pelos organizadores para captar a atenção das raparigas a levá-las a participar, pois têm estado um pouco arredadas do mundo dos robôs.

FUTEBOLISTAS E CORREDORES

Os futebolistas robóticos movimentam-se dentro das quatro linhas, dispõem de uma ou duas “webcams” comunicam entre si através das ondas de rádio de média frequência. Têm visão a 360 graus, são autónomos e desempenham as funções para que foram programados. Às vezes marcam golo na baliza do adversário. Mas têm um calcanhar de Aquiles: são vulneráveis à luz, em especial aos “flashes” dos repórteres fotográficos.

“A máquina tem de desenvolver e criar capacidades que o homem não pensou. No entanto, o criador há-de estar sempre um passo à frente da máquina”, sublinha ao CM Luís Custódio, docente do IST.

Outros robôs fazem um circuito numa pista delineada fazendo lembrar uma corrida de Fórmula 1, mas em câmara lenta.

“Ter um veículo que conduza sozinho, sem necessitar da acção do homem, pode vir a ser o futuro, apesar de recentemente já se ter feito uma experiência nos EUA, em que um veículo autónomo atravessou o país de costa a costa”, conta João Sousa, do IST.

Pedro Lima, docente do IST e um dos organizadores desta terceira edição do festival, considera que estes dispositivos são testemunhos de que “a inovação tecnológica está bem viva em Portugal”, apesar das dificuldades financeiras que possam existir.
Cristina Serra
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